Para elas… e para eles!
Vou usar esse post para falar de algumas coisas íntimas. Pensei, pensei, pensei… e resolvi que tinha que falar do assunto para não fugir à essência do blog. Acho importante para quem está passando por isso, seja como personagem principal ou coadjuvante.
Muitas vezes eu falei dos calores que tinha por causa das injeções que estava tomando para não ovular e, assim, preservar a fertilidade. O medicamento se chama Lupron e “adianta” temporariamente a menopausa, trazendo consigo os mesmos efeitos colaterais: calores, ressecamento vaginal, mudanças de humor… Sim, eu tive tudo isso. Dos calores vocês já sabem, das mudanças de humor talvez e da outra coisa, bem… não é algo agradável de se abordar. Porém, foi uma das coisas que mais incomodou durante o tratamento e vou contar por quê.
Um casamento saudável conta com o sexo para aproximar o casal, melhorar a auto-estima de ambos, trazer segurança, conforto… Num momento como o que passei, seria fantástico ter podido contar com isso. Acho importante que os maridos também saibam que as mulheres precisam se sentir amadas e desejadas durante o tratamento. Mas o efeito colateral do Lupron fez com que esse suporte fosse praticamente extinto das nossas vidas. Tentei uma pomada de estrogênio, me deu alergia. Pomada para alergia por semanas. Infecção urinária. Pomada. Tentei outra pomada com o efeito da de estrogênio. Nada, não adiantou. Voltei para a de estrogênio, pensando que talvez a alergia não tivesse sido dela. Mas era. Traduzindo, foram 8 meses pulando de uma pomada para outra sem que nenhuma resolvesse de vez meu problema. O último Lupron foi no dia 05 de maio. Depois disso, quando meu organismo voltasse a produzir naturalmente os hormônios, eu menstruaria de novo e tudo voltaria ao normal. Nunca quis tanto ficar menstruada!!! Seria a única coisa que cessaria esse TORMENTO pelo qual passei. Ontem cheguei a dizer que se soubesse que sofreria tanto com essa injeção para poder ter filhos, nem faria questão de tê-los (imaginem o desespero para eu chegar a dizer uma coisa dessas).
Hoje, graças a Deus, fiquei menstruada. Cheguei a chorar, mais uma vez de alegria, por que esse era um sinal de que tudo voltaria ao normal, pelo menos nessa área. Está explicado também porque eu estava tão sensível e chorona ontem e antes de ontem.
Como parei de tomar as injeções de Clexane na barriga também (para prevenir trombose), pela primeira vez em meses não estou com hematomas. Aos poucos, tudo vai voltando ao normal. Mas, tenho que dizer, o fato do cabelo ainda estar tão curto e fino me faz sentir como se levasse um soco no estômago a cada vez que me olho no espelho. Não adianta ninguém dizer nada, é como diz minha mãe: só o tempo vai resolver isso. Quando parece que tudo está “voltando ao normal”, lá está ele para lembrar que ainda não. Além disso, ele está lá para me lembrar toda hora de tudo de “anormal” pelo que tive que passar. Ontem fui a um casamento sem nada para me esconder: sem peruca, sem lenço. Ao invés de me sentir forte e livre, me senti nua e frágil. Quando soube que perderia os cabelos, pensei: não vou fazer megahair, vou deixá-los curtos mesmo (quando estiverem crescendo). Mas preciso confessar: não vejo a hora de alongar meus fios!!! Aí lembro de como deve ser chato ter aquelas colinhas te atormentando. Mais uma vez: só o tempo vai curar tudo isso… e trazer esse meu cabelo de volta!!!
Foto: Tuiza Fuganti/2011.
Andrea
5 de agosto de 2012 @ 23:05
Este blog é mesmo demaisss!tks pelo texto Helo!Super semana pra vc!ahh, sua mãe tem toda razão- tempo!…assim disse Chaplin- “O tempo é o melhor autor: sempre encontra um final perfeito.” bjooo
patricia ulinski
5 de agosto de 2012 @ 23:24
oi Helo, lindo seu texto como sempre… realmente tudo vai voltando ao normal… aos poucos ,mas vai! Somos testemunhas disso né? Queria te falar quanto aos cabelos… como acho que ja comentei nao cheguei a perder tuuudo mais ficou super ralinho e com falhas, assim que deu coloquei mega hair, mas o meu mega não é de cola, é trançado no próprio cabelo. Me fez tão bem…. Parece que a gente pula uma etapa que mexe mesmo muito com a gente que é o cabelo…se vc quiser posso te passar o numero dele depois…. para mim super funcionou, voltei a ficar com cabelinho mais rápido!!! beijos e adoro seu blog!!! ah e é aqui em Londrina agora vc já pode viajar para cá né?
Giuli
5 de agosto de 2012 @ 23:41
É querida, só nós sabemos!!! rs Só nós que temos repertório! Por aqui tivemos que ficar 6 meses sem relação sexual alguma, por causa da cicatrização das cirurgias…e não foi NADA fácil! Isso com certeza nos afastou muito! Ah, esqueci de contar…descobri uma trombose no braço tb…não tenho catéter, as quimios me deram de ‘presente’ ela! rs Simbora pro tratamento!!! E qto aos cabelos….ahhhhhhhhhh os cabelos, quero os meus de volta também, e pra ontem!!!! Bjão
Sueli Alves
6 de agosto de 2012 @ 00:04
Helo, você é uma fofa! Beijos e boa semana!
Patricia
6 de agosto de 2012 @ 01:25
Estava aqui lendo a última parte do seu texto para o meu marido que eu até chorei. Parece que durante o tratamento temos que ser tão fortes, mas depois que passa, é estranho ficar lembrando que tivemos que passar por isso. E aí a gente dá uma balançada. Chora, e todo mundo fala, mas agora já passou, porque você está chorando?
E é bem assim, o cabelo está ali (quer dizer, não está) para lembrar. Não dá só para virar a página simplesmente…só o tempo! E ele vai passar!
Bj grande!
Você é muito corajosa
Patrícia
leticia
6 de agosto de 2012 @ 01:45
Que sua vida volte totalmente ao normal o quanto antes, e q seu cabelo volte a emoldurar seu rosto lindo! muita saúde! bjs.
Mônica
6 de agosto de 2012 @ 02:00
Oi, Heloísa!!! adoro sua autenticidade no blog. vc é lindaaaa!!! fica com DEUS. bjs
Lívia
6 de agosto de 2012 @ 03:02
Sei que palavras não adiantam muito na hora que estamos frustradas, mas só queria dizer que estou orando a Deus pra esse tempo passar logo pra você, e chegar bem rápido o tempo de vc curtir o cabelão e a saúde de novo. Bjos
Luciana sanjuan rodrigues
6 de agosto de 2012 @ 11:48
Oi Heloísa!
Eu chamava essa fase pela qual vc esta passando de ressaca. Quando tudo passou aí me permiti reclamar de tudo: to gorda, careca, minha pele ta horrível ( vendo fotos hoje da pra ver que eu fiquei meio verde). Coitado do meu marido e da minha filha, ninguém entendia nada! Tambem pensei muito no mega hair, mas acabei nao colocando. A quimioterapia acabou a 1 ano e 3 meses, meu cabelo ta quase um chanelzinho, ate gosto dele, mas confesso que ainda sonho com o meu cabelao. Mas como vc mesma diz, e o que temos pra hoje.
O que mais gosto no seu blog e esse seu jeito quase ingênuo de lidar com a doença que vc teve. Na minha fase ressaca, acho que deixei a doença tomar a dimensão real do que ela foi, e isso me deixou algumas magoas. Nao perca essa sua ” ingenuidade” . Bjao e que Deus continue te abençoando.
Luciana
Déia (nutri)
6 de agosto de 2012 @ 14:01
Helô!! Adorei!!! Parabéns pela força e coragem de abrir esse momento tão intimo de vocês… mas com certeza fundamental para as pessoas que também estão neste mesmo barco!!!!
O tempo resolve tudo… e logo estará tudo bem, de volta ao “normal”!!! Você já passou por tantas coisas, que agora muitas coisas são apenas detalhes…
Estamos com você!!!
Beijinhos
Otima semana!!
Fica com Deus
Geovana
6 de agosto de 2012 @ 18:30
Oi Heloísa, eu perdi meu cabelo, mas por um tratamento de psoriase (lembra que nos encontramos na casa da sua sogra num sabado a noite em Londrina?) e sentia a msm coisa que vc, nua!
Bom, quando pude, fiz o megahair, que usei por 1 ano e meio até meus cabelos ficarem mais fortes, e na altura do ombro. As colinhas são ruins claro, mas vale mto a pena! Assim que vc puder, faça sim!
Heloisa
6 de agosto de 2012 @ 19:56
Heloisa, sou sua xará! Conheci o seu blog super por acaso, mas agora não passo um dia sem ler. Você é um exemplo de força e sinceridade, porque você mostra que, além de forte, você é sensível e humana. Grande beijo
Paula
7 de agosto de 2012 @ 00:41
Helo! Imagino que estes medicamentos tenham mexido muito com a questão hormonal. Mas, que bom poder dizer que essa fase está passando e coisas novas virão.
Embora não esteja comentando muito no teu blog, saiba que acompanho direto e adoro cada postagem. Como voltei para minha cidade há quase 2 meses, ainda estou me adaptando ao rítmo e organizando a vida. Fique com Deus!!! Gosto muito de ti e da tua determinação.
Beijos,
Paula Bonamigo
Paulo
7 de agosto de 2012 @ 15:44
Helo, sou marido da Cleusa que tem se correspondido com vc. Coincidentemente, ela teve o mesmo linfoma que vc e foi descoberto um pouco depois do seu. Na semana passada tivemos a maravilhosa notícia de que o tratamento estava encerrado e ela “está de alta”. Graças a Deus, este pesadelo está passando.
Hoje li seu post. Volta e meia os leio e concordo com todas as suas leitoras em gênero, número e grau: você tem o dom de transmitir coisas boas e necessárias. E a “ingenuidade”que a Luciana menciona faz toda a diferença. Creio que, a nossa moda, esta “ingenuidade” também esteve presente em nossas vidas durante o tratamento da Cleusa e isto fez com que o “limão mais azedo” que a vida nos deu até agora acabasse virando uma “belíssima limonada”. Só para citar um exemplo dessa “ingenuidade”, ontem retornamos ao SHH-SJC para dar uma caixa de bombons para mais uma das médicas e enfermeiras que cuidaram da Cleusa. Este simples ato de retribuição está sendo fantástico. E, de repente, voltar ao lugar onde passamos momentos tão difíceis, passou a ter um outro significado e é este que pretendemos guardar em nossas mentes: o que de ruim passou. Passou. O que vale são coisas boas que aconteceram – e se olharmos bem, sempre existem coisas boas, sempre existe uma lição a se tirar dos acontecimentos!!
Se me permitem mais um comentário, quero fazê-lo sobre os cabelos. Vejo que este é sempre um tema recorrente para as mulheres em tratamentos de câncer e vejo que toda hora ele aparece no seu blog. Eu tive a honra de cortar os cabelos da Cleusa, naquele momento tão delicado no início das quimios. Acho que eu e meu filho fomos tão iluminados naquele momento, que acolhemos a Cleusa com tanto amor e carinho, que esta fase foi superada rapidamente (bem, pelos menos a minha visão masculina acha isso, certo Cleusa?). No dia seguinte, um domingo, fiz até uma sessão de fotos da minha “carequinha” que ficaram muito boas. Ela até me permitiu mandar algumas dessas fotos para algumas amigas e parentes … e isso foi bom para todos – podem ter certeza.
Hoje, quando a Cleusa também começa a se preocupar em como vai ser essa fase de crescimento do cabelo: peruca, tintura, etc, digo para ela deixar assim por mais um tempo. Vou confessar uma coisa, mas não espalhem: esse seu novo look mostra uma sensualidade diferente para mim. Talvez, decorrente da força que este visual nos passa, força de algum que caiu, lutou, se levantou e VENCEU! Força da Mulher Guerreira que surge renovada após vencer a “batalha da vida” que vcs estão vencendo, mas com o sorriso e a meiguice de uma menina.
Patrícia
7 de agosto de 2012 @ 20:02
Oi Helô…cada vez nos surpreendendo mais, seus depoimentos me tocam na alma…parece que são meus, cada sentimento, dor, angústias…iguais as minhas, só uma dor não tive a dos cabelos, apesar de tudo que passei eles permaneceram…mas como nos sentimos frágeis, vulneráreis, não podendo ter um vida normal, no meu caso fazia apenas 6 meses de casada quando me vi totalmente impedida de ter uma relação normal com meu marido…primeiro a cirurgia, depois o zoladez, as quimios…enfim sem condições físicas e emocionais…mais passa, graças a Deus passa e olha que depois tive outra etapa há uma ano atrás passei por uma cirurgia de endometriose tbm descoberta na época do câncer…lógico algo bem menor comparado ao que passei anteriormente, mas cirurgia, zoladez, calores e recesso, rsrs…sem contar a pergunta que não quer calar será que vou poder ter filhos? Procuro não pensar muito, me sinto vitoriosa, e somos mulheres especiais com uma missão maior do que podemos entender agora…o que temos pra hoje fé em Deus e vida que segue!Bjs
Cristina Lima
7 de agosto de 2012 @ 22:35
Oi, Helô
Que grata surpresa, fui visitar o site da revista Cláudia e me deparei com o seu artigo, que legal, agora as pessoas tb te acessam por lá.
Mais uma etapa vencida, parabéns, o seu organismo já está voltando ao normal.
Sei que para vc é uma eternidade, mas tem um pouquinho de paciência, logo logo seu cabelo estará comprido de novo, mas olha vc está um charme de cabelo curtinho, eu sou fã dos curtinhos, além do que eles são super práticos!
Beijos,
Cristina Lima
Fer Niero
9 de agosto de 2012 @ 11:36
Heloooooooooo!
Que benção as coisas estarem voltando ao normal, me identifiquei super com as histórias! Mas confesso que até hoje o cabelo é o que me pega, e olha que nem terminei o peito…mas optei por não fazer o mega hair e me evitava olhar muito no espelho com cabelinho curto de menino. Agora com cabelo curto de mulher é beeemmmm mais fácil. Já a Paty fez mega e se adaptou suuuuper! O negócio é que tudo volta ao seu lugar mas demora um pouco! Então normal se sentir nua e esquisita sem nossas molduras….Parabéns vitoriosa bjks
amelia bello
9 de agosto de 2012 @ 18:14
ola helo:ao ler o seu texto,me vi completamente nele.como a natureza e:pessoas diferentes,sofrendo a mesma coisa.tambem sinto dores no ombro direito(mesmo lado do cateter)efeito da quimio(que horror),tbem chorei muito qdo meu cabelo caiu,mas paciencia,DEUS sabe o que faz,isso e apenas reflexo das muitas bençaos e vitorias que ELE tem p/ nos dar.gosto demais do seu blog,vc e uma mulher abençoada e de coragem.bjs
Mafe
10 de agosto de 2012 @ 12:00
Oi Helo,
Nossa, esse post ta emocionate! Lembrei de um artigo da Mara Gabrilli que ela diz que adora ficar menstruada, afinal como ela é tetraplegica e não sente o corpo, qdo mesntrua se sente uma mulher completa e feliz! Qto ao cabelo, vc sabe q vc é linda e fica linda de qq jeito, agora que passou o medo, a tensão e o desespero vc precisa ter muita paciencia, que aos pucos as coisas vão voltando ao normal…te adoro bjss
Mel
12 de agosto de 2012 @ 23:46
Helo, vc esta linda de cabelo curto! Eu entendo que vc não está acostumada, mas tenha certeza que esta linda!!
Como eu disse sou meio suspeita, pois eu acho cabelo curto lindo, charmoso, sexy e acima de tudo: demonstra muita personalidade, e isso vc tem de sobra! Beijos