Produtividade x Gestão do Tempo
Ser produtivo e saber fazer uma boa gestão do tempo é uma coisa que definitivamente preocupa a todos no mundo de hoje, desde full time moms até executivos e executivas de alto escalão. Não é à toa: parece que a Terra gira cada vez mais rápido, a necessidade de se destacar no mercado de trabalho nunca foi tão gritante (ao mesmo tempo que a dúvida “mas se destacar em quê exatamente?” se torna até angustiante) e o excesso de informações e distrações (incluindo as mídias sociais todas) ocupa nossa cabeça e nosso tempo sem pedir licença. Estamos sempre correndo, ao mesmo tempo com a sensação de que poderíamos ou deveríamos ter feito mais, ou pior, com a sensação de que o dia passou e não fizemos nada do que precisávamos ter feito.
O fato é: todos nós temos o mesmo número de horas no dia, aquelas 24 que nunca parecem ser suficientes. Porque algumas pessoas parecem dar conta do mundo e da vida e outras parecem estar sempre “atrás”? É relativamente simples: algumas pessoas tem mais facilidade em definir prioridades e se ater a elas. E essas pessoas também, com certeza, conseguem falar não ao que não faz parte das suas prioridades.
“Se você quer voar, abra mão de tudo que te força para baixo”
Qualquer pessoa, em qualquer emprego ou atividade, sendo ela remunerada ou não, tem uma determinada quantidade de coisas que precisa fazer no dia. Além disso, diversos estudos mostram que todo ser humano necessita suprir algumas necessidades para se sentir satisfeito, feliz, para maximizar seu nível de bem-estar e satisfação com a vida. São elas:
- Evolução e aprendizado (intelectual)
- Relacionamentos familiares
- Relacionamentos sociais
- Bem-estar físico
- Bem-estar espiritual (sem cunho religioso, para algumas pessoas significa a conexão com um sentido “maior”, com a natureza, o Universo…)
Para isso, fica claro que precisamos dedicar alguma parcela a cada uma dessas necessidades, de acordo com o valor que cada um atribui, na sua vida, a cada uma delas. Algumas pessoas precisam malhar duas horas por dia para atender a sua necessidade de bem-estar físico, porque isso para ela é de extrema importância. Outras pessoas se contentam com meia hora por dia, três vezes por semana, porque isso para ela tem uma importância relativa menor do que alguma outra necessidade. Outras pessoas, ainda, suprimem alguma das necessidades, ignorando o fato de precisarem dela. Talvez seja temporário porque alguma outra necessidade está gritando mais alto no momento, talvez não estejam atentas a isso, não tenham a consciência de que tem algo faltando e podem demorar anos ou passar a vida sem se dar conta disso.
O fato é: se você não tiver plena consciência do que é importante para você e quanto, vai se atrapalhar na produtividade e gestão do seu tempo. Se você não tiver consciência do voo que quer alçar e do que te força para baixo, nunca vai se sentir voando, mas vai sempre sentir que está sendo forçado para baixo, sem energia, com dificuldade em ver sentido e propósito na vida e não entendendo o motivo da própria insatisfação. Talvez se sinta explorado por outras pessoas, sem assumir que de fato a responsabilidade por deixar isso acontecer é – pelo menos em grande parte – sua.
Caso a sensação de falta de produtividade te incomode, você é responsável por tomar medidas quanto a isso. Sugiro algumas alternativas:
- Anote tudo que você fizer por uma semana, inclusive o tempo que gasta para comer, tomar banho, dormir, conversar, o tempo que passa no trânsito….
- Se fizer exercícios, perceba exatamente quanto tempo investe nisso.
- Se faz a unha, depilação, tinge os cabelos etc, quanto tempo investe nisso por semana, por mês, quinzenalmente (cada um define de acordo com a sua agenda).
- Quanto tempo gasta EFETIVAMENTE trabalhando (se demora duas horas no almoço ou perde muito tempo em redes sociais enquanto trabalha, por exemplo, perceba que isso não conta como trabalho, hein? – é justamente o que estamos tentando “corrigir”).
- Quanto tempo gasta fazendo coisas que não precisa fazer, que poderia delegar, que poderia ter negado ou que de fato te “forçam para baixo”.
Em paralelo, olhe para as necessidades citadas (evolução intelectual, relacionamentos sociais e familiares, bem estar físico e espiritual, além do seu trabalho ou atividade) e avalie quanto tempo poderia, gostaria, quer e dedica a cada um deles. Você pode fazer o ideal e o atual, assim consegue identificar para onde precisa dedicar mais atenção e como isso poderia ser feito. Quais são suas prioridades no momento? Caso tenha filhos pequenos ou um parente doente, por exemplo, ou esteja em um projeto importante no trabalho, coloque em perspectiva: é/foi sua escolha estar presente nesse momento ou te trará algum benefício futuro, do qual você tem plena consciência.
Depois de fazer tudo isso, ficará bem mais claro quais são suas prioridades, o que te força para baixo, do que você poderia abrir mão, o que com certeza precisa abrir mão e ao que precisa dedicar mais atenção.
Essa “lição de casa” é sua e ninguém pode fazer por você. Precisamos aprender a parar de querer controlar aquilo sobre o que não temos controle e assumir o controle daquilo que podemos. Tome as rédeas da sua vida, sobre o que você pode de fato escolher, e tenho certeza que a sua felicidade e satisfação com a vida irão aumentar significativamente.
Ficaria muito feliz em ouvir de vocês, se já fizeram isso, se sentiram os resultados, se ainda precisam fazer e o que sentem que perdem por não terem feito… Deixe seu comentário e compartilhe.
Um beijo,
Helô