Sentir x demonstrar
Esses dias vi uma frase em alguma mídia social que me chamou a atenção, porque era uma coisa na qual eu estava pensando: “Às vezes quem menos demonstra é quem mais sente”. Na verdade eu estava “em dúvida” porque tem uma pessoa que eu sei que tem sentimentos fortes e bons, mas em algumas situações ela parece uma pedra de gelo. Parece que todo mundo fica mais feliz que ela com uma notícia realmente boa, ou seja, a impressão que dá é que ela não está ligando a mínima para aquilo tudo. E, no fundo, eu sei que isso não é verdade. Por um lado, sou contra demonstrações excessivas de sentimentos que muitas vezes são feitas só para mostrar para o mundo “olha como eu sou boa, eu sinto mais que todo mundo”. Por exemplo, quando tem alguém chorando demais num velório e alguém mais contido, não necessariamente quem está chorando mais é porque gostava mais do morto, certo? Pode ser até que essa pessoa esteja com sentimento de culpa porque não deu a devida atenção ao outro quando estava vivo… vai saber? E o mais contido pode estar em paz por saber que fez tudo que podia para aproveitar a presença do outro na sua vida. O que estou querendo dizer é que eu sei que existem pessoas que demonstram muito mais do que sentem de fato, ao mesmo tempo que existem pessoas que sentem, mas não demonstram. E que não cabe a nós julgar quem sente de fato mais ou menos só com base no que a pessoa demonstra na hora. Mas, na verdade, minha vontade com esse post é responder à frase que li: “Às vezes quem menos demonstra é quem mais sente”? Então, acho melhor aprender a demonstrar, de qualquer forma que seja. Sabe porque? Primeiro, porque quando sentimos alguma coisa e não a demonstramos, estamos gastando uma energia enorme – mesmo sem saber – para conter essa emoção. Pode ser que no fim do dia nos sintamos exaustos e nem saibamos o motivo. Eu sei porque já fui assim. É muito difícil para mim demonstrar sentimentos em algumas situações, quando estou cara a cara com as pessoas, ao vivo e em cores. Sabe o que eu descobri? Que eu posso demonstrar meus sentimentos por escrito. Às vezes, além do que me esforcei para demonstrar ao vivo (porque para mim não é uma coisa fácil, mas já aprendi que é importante), mando um bilhetinho depois, um e-mail, uma mensagem de texto… ressaltando como realmente fiquei feliz, emocionada ou agradecida com aquela notícia, ação etc. Para muitos sentimentos, escrevo no blog. Acredito que ao “esconder” sentimentos estamos retesando energia.
Em segundo lugar, quando sentimos e não demonstramos, na maioria das vezes achamos que o outro sabe que estamos sentindo aquilo e que deve responder de acordo com isso. Mas o fato é: ninguém é obrigado a adivinhar o que sentimos se não expressamos isso de alguma forma. Ninguém é obrigado a saber que você ficou agradecido por alguma coisa que tenha feito por você se você não disser. Ninguém é obrigado a saber que você ficou feliz com a sua presença se você não demonstrar. Ninguém é obrigado a saber que você o ama se você não deixar esse sentimento claro – da maneira que for mais fácil para você. Ninguém é obrigado a saber que você ficou feliz com uma notícia se você não mostrar. E não adianta ter a expectativa que a pessoa reaja de acordo com o seu sentimento – ao invés de reagir de acordo com o que você demostrou. Afinal, as pessoas não tem bola de cristal. Aprendi muito isso quando fiquei doente. Eu não sabia agir com os outros quando os outros estavam doentes ou passando por problemas, porque queria ser muito discreta, não sabia se a pessoa ia gostar que eu ligasse ou perguntasse sobre aquele problema… Acabava ficando quieta, mesmo que estivesse super preocupada e rezando muito por ela. Só que ninguém sabia que eu estava fazendo/ sentindo isso e eu passava a imagem de uma pessoa fria e desinteressada. Quando fiquei doente, vi que as pessoas que perguntava, ligavam e visitavam pareciam de fato muito mais interessadas e mesmo sentirem mais carinho por mim. E percebi que, se eu quisesse que as pessoas entendessem que eu sentia aquele carinho também por elas, teria que aprender a demonstrar melhor. Inclusive, uma vez minha mãe me disse que às vezes alguém ia me visitar com algum presente, por exemplo, e parecia que eu não estava nem aí. E eu super estava! Ou seja, eu precisava aprender a demonstrar melhor. Como para mim isso é mais difícil no “cara a cara”, hoje sempre lembro de deixar registrado por escrito para a pessoa (ou através de um telefonema) o quanto eu fiquei feliz e grata por aquilo que ela fez. E isso tornou meus relacionamentos muito mais equilibrados e “justos”. Digo justos porque quando sabemos que sentimos algo e ninguém vê, nos sentimos de certa forma injustiçados e incompreendidos.
Portanto, minha dica de hoje é: se você sente alguma coisa mas não demonstra, ninguém vai saber. E você pode perder uma oportunidade incrível de ter relacionamentos mais equilibrados e se sentir muito melhor com a sua vida! Eu posso dizer que sou muito mais feliz hoje!!! Apesar de ainda sentir que poderia demonstrar mais e melhor!
Namastê! Boa semana a todos!!!
Roberta
3 de agosto de 2014 @ 22:26
Seu texto veio em excelente momento pra mim!! Passei o final de semana meio desanimada, cansada por uns motivos familiares e como tenho tb dificuldade em demonstrar ou falar do momento e de como estou me sentindo, acabo por vezes me sentindo “injustiçada e incompreendida” e realmente esperando que as pessoas próximas entendam isso e se comportem conforme o que estou sentindo. Sei que não é a melhor opção e isso gera mesmo uma exaustão, mas como é difícil mudar… Tenho melhorado e sei que preciso avançar! Você disse TUDO! Adoro seus textos e modo de falar dos sentimentos!
Madrinha
4 de agosto de 2014 @ 11:30
Verdade. É melhor demonstrar o que sentimos sempre, amor, gratidao, agradecimento, reconhecimento.. Issp nos faz mais humoldes e melhores!
Nana
7 de agosto de 2014 @ 02:11
Eu tenho esconder meus sentimentos quando necessário, mas meu rosto me entrega fácil, fácil. Ainda não descobri se isso é bom ou ruim, dependendo da situação.
Bj e fk c Deus
Nana
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