Preparando para o parto
É engraçado mesmo, as perguntas sempre rondam nossas vidas… Quando estamos solteiras a pergunta é quando vamos arrumar um namorado, depois quando vamos casar, quando vamos ter filhos… Já sabemos que depois do primeiro filho a pergunta é sobre se queremos ou quando iremos ter o segundo. Mas tem também uma série de perguntas nesse intervalo, perguntas que nem sempre sabemos responder (e algumas que nem sabíamos que existiam!) Uma delas é: como vai ser o seu parto?
Bom… em primeiro lugar, como eu sempre digo: sou contra radicalismos em quase tudo na vida. Saber como vai ser o parto ninguém sabe, porque até lá mil coisas podem acontecer e influenciar esse momento. Não vou ficar escrevendo aqui sobre a porcentagem de cesarianas versus parto normal no Brasil e no mundo e em como esse valor atinge níveis exorbitantes aqui. Afinal, esse não é um site médico nem de informações técnicas. Pensei bem antes de escrever porque sei que esse é um assunto muito polêmico e muita gente até perde as estribeiras quando se fala nisso. Então, vou começar pelo começo!
Graças a Deus (e à medicina rsrsrsrs) que existe a cesariana, ela salva muitas vidas e tem um valor inestimável. Porém, ela não é necessária sempre. Como saber quando ela é ou não necessária? Quais são os mitos e verdades que rondam essa escolha? Quais são os benefícios para a mãe e o bebê de ter parto normal ou de ter a cesariana? Como se preparar para ter suas primeiras opções respeitadas na hora do parto e só se for realmente necessário partir para as segundas opções? Essas dúvidas chegam a toda grávida que eu conheço. Algumas têm uma opinião formada, baseada em crenças e valores pessoais, outras não. A minha opinião é que é importante conseguirmos obter essas informações de fontes imparciais, ou seja, de pessoas ou meios de informação que não tenham interesses pessoais nas nossas escolhas.
Por todo o meu histórico, vocês devem imaginar que eu prefiro ter um parto normal. Porém, vou repetir: só vou saber se isso vai realmente ser possível na hora e, se não for possível, não tenho nada contra fazer uma cesariana e, mais que isso, sinto uma imensa gratidão por existir essa opção que pode salvar a vida de mães e bebês. No entanto, percebo que para ter certeza que essa opção vai ser a escolhida somente no caso de real necessidade, preciso me informar muito e me empoderar das minhas preferências, caso contrário corro o risco de alguém me dizer que é necessário ou preferível por x, y ou z motivo e eu acreditar, sem ser exatamente o caso, por estar naquele momento fragilizada, com dor, ansiosa e cercada por pessoas que podem estar ainda mais ansiosas que eu (como o marido, por exemplo rsrsrsr).
Esses dias procurei uma doula. Traduzindo, doula quer dizer “mulher que serve”. É um resgate de quando os partos eram apoiados por mulheres que já tinham passado por aquilo, que davam suporte físico, mental, emocional… formando uma “comunidade”. Sinto que hoje temos o cuidado físico muito estruturado, com excelentes médicos que nos dão todo o suporte e carinho quanto à nossa saúde e a saúde do bebê. Porém, a parte mental e emocional pode ficar desassistida. Estamos diante de milhares de informações, milhares de blogs na internet, de mães de todos os lugares dizendo que isso ou aquilo é melhor assim ou assado. Esse excesso de informações pode gerar muita ansiedade e angústia, além de confusão mental. A gravidez é um período que pode ser lindo, a preparação para a chegada de um novo ser na vida da família e do casal, a expressão maior do amor! Ou pode ser um período cercado por medos, conscientes ou não. Muitas vezes, é as duas coisas. Afinal, uma coisa é inegável: a vida vai mudar! E muito. E ninguém está preparado para essa mudança antes dela acontecer. Como podemos nos preparar, então, da melhor maneira possível para que esse bebê chegue num ambiente de acolhimento, de amor, de paz, de respeito? A doula é uma mulher que vai cuidar um pouco desses aspectos mentais e emocionais não só da mulher, mas do casal, dando espaço para as nossas emoções e sentimentos mais malucos que podem surgir e que, se não forem olhados e estruturados, podem tornar a gravidez, o parto e a própria chegada do bebê no dia a dia muito mais complicados.
O que quero dizer com esse texto todo? Que a preparação para o parto envolve diferentes aspectos e que se algum deles não for olhado com carinho e cuidado podemos nos sentir fragilizadas e frustradas. E podemos nos sentir o contrário: fortes, imbatíveis, incríveis, capazes de carregar e trazer ao mundo um novo serzinho cheio das suas próprias questões existenciais… Eu sempre imaginei que minha gravidez seria um período em que eu iria praticar yoga, meditação, pilates, me preparar muito física, emocional e espiritualmente… Quando percebi, estava no quinto mês e estava sendo engolida pelas demandas do dia a dia, sempre deixando esses cuidados para depois. E aí me dei conta de quanto esse momento foi sonhado, esperado, desejado… de quanto esse momento, levando em conta tudo que já passei, é um milagre. E o quanto eu me sentiria frustrada se olhasse para trás e sentisse que não dei a devida atenção a todas essas mudanças e acontecimentos. Comecei a estruturar melhor o meu dia, separar um tempinho para as minhas práticas diárias de yoga e meditação, leituras que me alimentam espiritualmente e emocionalmente, pilates, a escolha de uma doula e encontros com ela e tudo o mais que eu achar bem vindo nessa etapa da minha vida. Quando o momento do parto chegar, vou saber que fiz tudo que sempre imaginei que poderia ter feito para me preparar melhor para esse momento e para a chegada da minha filhinha. E seja qual for o tipo de parto, normal ou cesariana, ele terá sido o melhor.
Namastê!
Andrea
27 de julho de 2014 @ 14:42
Helo, o meu obstetra maravilhoso sempre me dizia que quem iria decidir a hora de chegar era a Gabriela. E que o parto deveria ser normal e não forçado. Ela sentou depois da 30a semana e ainda assim esperamos pelo sinal da mocinha, que veio ao mundo através de uma cesariana e minha recuperação foi excelente! Boa sorte que Nossa Senhora lhe de uma boa hora!!
Liliane Prata
27 de julho de 2014 @ 17:31
Oi, Heloísa! Sugestão de post: indicação de leituras. Beijo
Cintia A.S.Sevaux
27 de julho de 2014 @ 18:29
Olá Heloísa!Achei sua abordagem muito coerente e equilibrada! Acredito que não será a escolha do parto que definirá se a pessoa será ou não boa mãe, e o importante é a gestante estar segura com suas escolhas e com os profissionais que a estiverem acompanhando… Tenho uma amiga que comentou num grupo de gestantes que faria cesariana e foi “bombardeada” com centenas de mensagens e e-mails por pessoas que nem a conheciam, pois o grupo era aberto e teve uma repercussão muito ruim para ela que já está passando uma gestação de risco…
Gisela
30 de julho de 2014 @ 18:42
Helo
Você está certíssima.. concordo com tudo! Temos que nos preparar para aquilo que faz parte da natureza do nosso corpo, mas temos que ter em mente que o mais importante é a saúde da mamãe e do bebê. É preciso discernimento para não sair frustradas de um momento tão especial..
Espero que seu parto seja tranquilo e abençoado, que sua pequenina venha cheia de saúde!
Lembre que trocamos e-mail.. na semana retrasada? Então.. na semana passada o coraçãozinho do meu bebê parou de bater, o que já era esperado, pois ele não estava muito bem! Uma penaaa, mas Deus sabe o que faz.. com certeza tem um outro plano para nós! 😉
Beijos