Kabbalah: Código 10
“Seja verdadeiro em palavras e ações. Diga a verdade. Nunca minta ou calunie. A verdade o libertará.”
Dizer sempre a verdade também tem seus perigos e, para nos proteger deles, existem 3 perguntinhas que podemos fazer antes de sair por aí dizendo a verdade:
1) É necessário? (dizer essa “verdade”)
2) É verdade? (realmente? ou é minha versão ou julgamento?)
3) É bom? (kind – com amor, para o bem)
Segundo Dr. Levry, a verdade dita na hora errada pode ser como uma bomba, extremamente danosa e destrutiva.
A verdade é a imagem mais pura do amor, mas só quando usada com amor e por amor. Quando você usa suas palavras para o negativismo, não importa quanta verdade você pense que elas transmitam, você estará usando a força divina da palavra para destruir. Sempre existe um jeito de dizer as coisas com bondade e amor e, se não houver, não diga.
Se só aprendermos uma coisa com a Kabbalah, que seja usar as palavras com sabedoria, para elevar, para construir. Toda causa tem um efeito, toda ação tem uma reação: a palavra constrói a vida. E as palavras negativas destroem.
Dr. Levry diz o tempo todo: “don’t gossip, don’t gossip, don’t gossip”, ou seja, não fofoque. Não use a divindade da sua boca e suas palavras para ficar falando mal dos outros, caluniando e denegrindo. Use essa mesma divindade para elevar e construir. Eu sei, é difícil. É um aprendizado de uma vida, porque muitas vezes, quando falamos mal de alguém, estamos mostrando como pensamos a respeito daquele determinado assunto, ou estamos querendo entender se estamos certos de pensar daquele jeito, reforçar uma ideia. Como eu já disse em um post anterior e fiquei de explicar depois, a ingenuidade extrema pode ser extremamente danosa e temos que ser capazes de entender e reconhecer que algumas pessoas são sim capazes de atitudes ruins e palavras más. E temos que saber como nos defender delas. Mas sempre há uma maneira melhor que as outras de fazer isso: com amor e compaixão. O que, de novo, não quer dizer ser ingênuo e não ver as coisas como elas se apresentam naquele momento. É que na Kabbalah sempre dizemos que todos os seres humanos e todo o Universo são UM e, sendo assim, todos partilham da luz, do amor… Mas nós sabemos que algumas pessoas, infelizmente, se distanciaram mais dessa fonte de amor e luz e são capazes de coisas ruins contra os outros. Temos que saber nos defender, viver como se só existisse o bem é vão. O que é importante notar é que no mesmo lugar em que existe o mau também existe o bem, um potencial prestes a desabrochar. Ninguém é 100% mau.
Voltando a falar em falar a verdade, sempre que eu ouço alguém dizer que adora pessoas autênticas que falam tudo o que pensam, sinto calafrios. Dizer tudo que pensa não é educado, não é bondoso e normalmente a pessoa parte do princípio que tudo que ela diz é realmente verdade e certo. O que esse código nos ensina é que nem sempre o que PENSAMOS que está certo ou é verdade realmente está certo ou é verdade: aquele é o NOSSO ponto de vista. Quantas vezes julgamos estar certos e depois vimos uma outra realidade e entendemos que só estávamos notando uma parte da questão? Quantas vezes julgamos alguém ou alguma coisa e depois entendemos que existia muito mais a ser considerado e que, no fim, a pessoa não estava tão errada como pensamos? É por isso que Dr. Levry diz para não fofocarmos, porque normalmente não compreendemos a VERDADE da situação, mas partimos do princípio de que a NOSSA VERDADE é a verdade de fato. Quantas vezes vimos essas pessoas tão “autênticas” ou nós mesmos, quando temos rompantes de “verdadeirisse aguda”, machucarem os outros injustamente com o seu julgamento precipitado da verdade? Eu já vi muitas vezes. O que eu quero dizer é que dizer a verdade tem que ser sempre COM AMOR e POR AMOR, não por orgulho, por ego ou qualquer outra coisa. E quando “soltamos a verdade” como uma bomba e descobrimos que não era nada daquilo que estávamos pensando? Porque soltamos a verdade sem amor.
Mas, falando agora da fofoca, como fazemos quanto estamos perto de pessoas que estão fofocando, ou seja, não fomos nós que começamos? Podemos sair de perto. Se não der, podemos pensar coisas positivas, fazer uma oração ou tentar mudar o rumo da conversa, puxando outro assunto. Eu sei que é difícil e eu me pego diversas vezes fazendo alguma fofoquinha: como eu disse, temos esse jeito de expressar nossa opinião. Mas acho legal pensarmos que, da maneira como o código se apresenta, ele diz para dizermos a verdade! Deixarmos de nos omitir. Ou seja: quando alguém faz alguma coisa que não achamos legal, se conseguirmos expressar aquilo com amor e por amor, podemos conseguir resultados maravilhosos e libertadores sem que precisemos ficar fofocando e falando mal da pessoa. Muitas vezes, descobriremos que a pessoa nunca pensou que tivesse feito o que fez, por exemplo. E pode até agradecer por termos dito. Podemos tentar, não? Eu sei que é difícil, mas… temos a vida toda para tentar!
Por fim, a verdade também tem que ser dita por nós para nós mesmos. Isso exige auto conhecimento e aceitação, para não agirmos contra a nossa verdade, os nossos valores e crenças. Porque viver longe da nossa própria verdade dói mais do que qualquer outra coisa e nos leva a caminhos diferentes daqueles em que realmente queremos estar. É necessário pensar quem queremos ser, como queremos ser e onde queremos estar e, então, agir com verdade: “seja verdadeiro em palavras e ações”, seja coerente! Vamos tentar?
Boa semana para todos, namastê!