Gente, hoje é dia de entrevista! Mas hoje é um dia especial… A entrevista com a Paty não só nos inspira a sermos melhores como fala sobre esperança. A Paty ainda está em tratamento e precisa de um transplante de medula. Há umas duas semanas encontraram um doador compatível, mas ele desistiu de doar. Apesar de parecer (e ser) chocante, acontece muito mais do que imaginamos. Vamos explicar tudo direitinho aqui para quem quiser saber mais sobre isso! Vamos compartilhar essa história e ajudar a salvar vidas, existem milhares de pessoas como a Paty e você pode salvar uma delas!!! Vou deixar que ela mesma conte sua história…
“Meu nome é Patricia Oshiro Brentan,tenho 25 anos, minha família é do Mato Grosso do Sul, mas eu, meus irmãos e meus pais mudamos para a Bahia já há muitos anos. Moramos em uma cidade do interior, no oeste da Bahia. Quando terminei o Ensino Médio, decidi cursar uma faculdade e o curso que escolhi foi Engenharia de Alimentos. Como não havia esse curso na cidade onde eu morava, fui morar na capital goiana, e por lá passei cinco anos até terminar o curso. Sempre fui de fazer amizade fácil, de sair com os amigos, viajar, enfim, sempre gostei de estar rodeada de pessoas. Formei em fevereiro de 2012, e voltei pro interior da Bahia pra morar com meus pais. Estava levando uma vida normal, à procura de emprego, quando em maio de 2012 devido a fortes dores na perna foi diagnosticada uma trombose na perna direita. Diante de vários exames, foram constatadas alterações no hemograma até o diagnóstico de Leucemia Linfoblástica Aguda – LLA.
Desde então eu, meu pai e minha mãe fomos pra Campo Grande MS, já que se iniciaria um tratamento longo e nesse momento estar perto da família é de fundamental importância. Como já havia um caso na família, de uma prima de apenas dois anos, que com a graça de Deus terminou em sucesso, optamos pelo mesmo médico que cuidou do caso dela. A princípio o tratamento de quimioterapia deu super certo, eu reagia super bem às sessões e tive apenas uma infecção fúngica mais séria que foi controlada e combatida. O tratamento estava prestes a terminar quando, em dezembro de 2012, foi constatado num dos hemogramas de rotina, uma alteração nos leucócitos, o que indicava que a doença tinha voltado. A partir de agora o tratamento, além de quimioterapia mais forte, necessitava de transplante de medula óssea. Desde então tive muitas complicações, infecções oportunistas (como são chamadas as infecções que se aproveitam da nossa imunidade reduzida por causa da quimioterapia e da doença) e fui internada várias vezes. Dentre essas internações fiquei dias na CTI, correndo riscos graves, meu rosto deformou por causa da infecção fúngica na boca, tive paradas cardiorrespiratórias, paralisação de alguns órgãos, tive de fazer traqueostomia com um número mínimo de plaquetas, tudo pra continuar a viver. Na grave situação em que eu me encontrava fui transferida para o Hospital Albert Einstein,em São Paulo, e me recuperei das infecções. Estava controlando a doença com um remédio, mas tivemos de parar já que acabou não dando certo por causa dos efeitos colaterais graves causados no pulmão. A medula novamente foi invadida por células cancerígenas e tive de voltar a fazer quimioterapia, já que para o sucesso do transplante de medula óssea, na maioria dos casos, é necessário estar com a medula completamente limpa de células doentes. Controlamos a doença e, já preparada para realizar o transplante, agora no mês de outubro de 2013, com a maravilhosa notícia de um doador qualificado pelo REDOME, que é o banco de dados dos doadores de medula óssea, o improvável aconteceu: o doador não compareceu para realizar os testes finais de compatibilidade, mas ainda assim continuo com a esperança de um novo doador.
Desde que soubemos que eu precisaria de doação de medula óssea, todos começaram a luta e campanhas para encontrar doadores. Meus pais, meus irmãos, familiares, amigos, todos em busca da #medulaperfeita.
(E também tem a campanha #EuSouAmigaDaPaty – com # para compartilhar no instagram! – ou em qualquer lugar, vejam o face dela quanta gente na campanha!!! https://www.facebook.com/patricia.brentan?fref=ts). As campanhas ganharam muitos novos doadores, de várias regiões do país, e isso me deixou muito feliz porque essas pessoas que estão doando em busca de encontrar um doador pra mim estão ajudando milhares de outras pessoas que também precisam, isso é solidariedade, é amor ao próximo, é o que faz do ser humano um ser ainda melhor!
Em relação a alimentação e atividades físicas, somos muito regrados quando se trata de Leucemia, a imunidade quase sempre está baixa e por isso precisa de um cuidado maior com alimentos crus, principalmente. No meu caso mesmo, não posso comer saladas cruas, nem frutas de casca fina, nem vitaminas que possuem frutas, devido à infecção que tive, então com o pouco que me resta procuro comer tudo cozido e quase sempre tomo suplementos nutricionais por causa da perda de peso. Como as plaquetas estão quase sempre baixas também os exercícios praticados são de fisioterapia, sem muito esforço físico, mas é necessário fazer fisioterapia SEMPRE, para que os movimentos não se percam. Passo muito do meu tempo na internet, em redes sociais, incentivando a doação de medula, conhecendo novas histórias de pacientes que assim como eu lutam pela vida! Amo moda, beleza e através dos blogs procuro estar sempre informada (me apaixonei pelo blog da Helô desde o início), escrevo e, como terapia, aprendi a fazer pulseiras de pedras e miçangas! É um ótimo passatempo, principalmente quando estou internada. Enfim, procuro estar sempre com a mente positiva, que é de fundamental importância no tratamento. E quanto ao resto, fé em Deus sempre, porque só Ele é capaz de agir em nossas vidas!
Peço a todos que DOEM medula óssea,a doação é muito mais simples do que as pessoas imaginam e QUALQUER pessoa em bom estado de saúde, tendo entre 18 e 55 anos, pode doar. Mas não esqueçam de ser responsáveis ao doar, a doação é simples mas a decisão é séria, a partir do momento que você se torna um doador e é chamado por ser compatível com alguém, você trará esperança de vida a uma pessoa que precisa. Desistir por medo ou falta de informação é um erro grave! Vamos nos conscientizar,vamos doar com a mente e o coração abertos!”
Bom, gente… Preciso dizer alguma coisa? A Paty nos ensina muito, não? Mesmo conhecendo a história dela, impossível não me emocionar lendo o que ela escreveu. Ela é linda por dentro e por fora e com certeza faz do mundo um lugar mais bonito e cheio de esperança e amor. Também nos lembra que precisamos lutar, muitas vezes mais do que gostaríamos, para que ele (o mundo) seja realmente melhor. No nosso caso, podemos lutar através da campanha de doação, conversando com amigos e familiares, incentivando a doação. É uma decisão séria que precisa ser tomada com toda consciência. Eu tive dúvidas e vou colocar aqui (no final do post), pois tenho certeza que são as dúvidas de muitas pessoas. Muitas delas também estão respondidas no link para o site do INCA que coloquei no final do post, onde tem também uma lista com os Hemocentros do Brasil. Continuem acompanhando, vamos fazer campanha!
Saiba mais sobre a história da Paty na TV e no jornal:
Saiba mais sobre doação de medula no site do INCA…
… no site do Dr. Drauzio Varella (excelente – muito bem explicado e com diversos pontos de vista)…
… e no site da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (também muito esclarecedor):
As dúvidas (ou ideias erradas que eu tinha):
– Tem que ter mais de 50kg – Errado: só precisa ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde para se cadastrar. Somente se você tiver compatibilidade com alguém que precisa (o que é difícil acontecer, infelizmente) farão outros exames para constatar a possibilidade de você ser doador.
– Grávidas, diabéticos, pessoas com tatuagem ou pessoas que já tiveram câncer não podem doar: podem! É comum confundirmos com doação de sangue, mas essas pessoas podem doar sim.
– É comum confundirmos medula óssea com medula espinhal. No caso de doação de medula, é medula óssea. Está tudo bem explicado no link que coloquei para o site do Dráuzio Varella. Por isso, não tem nada a ver com risco de ficar paralítico! A medula óssea se recompõe totalmente alguns dias após a doação e por isso a pessoa pode doar diversas vezes se necessário (o que muito provavelmente não vai acontecer, dada a dificuldade de encontrar alguém compatível…). Também está tudo explicado no link do Dráuzio Varella. Por isso também, se você doa medula e daqui a algum tempo algum familiar seu precisa, você poderá doar normalmente. Não te fará falta alguma!
– Por uma questão legal, o doador é mantido no anonimato, ou seja, ele não conhece a pessoa que recebe a sua doação. Por isso, desistir de doar quando é chamado é muito “fácil”. Acho que isso deveria ser mudado. É uma motivação e tanto saber da história de quem você vai ajudar a salvar!!!
Espero que o post tenha ajudado a tirar algumas dúvidas importantes quanto à doação de medula. Paty, obrigada por ser essa pessoa maravilhosa e por nos ensinar tanto. Obrigada por participar da nossa sessão de entrevistas! Tenho certeza que em breve você estará como eu, contando sua história de superação e sobrevivência! E ainda vai ajudar muita gente. Beijos mil! Estamos com você!
PS: Pessoal, é com tristeza que soube que hoje, 20 de janeiro de 2014, a Paty terminou sua luta. Foi descansar pertinho de Deus. Peço a todos que lerem esse texto uma oração para ela e sua família. E também às milhares de pessoas que passam por isso todos os anos.
Patricia Oshiro Brentan
1 de novembro de 2013 @ 16:18
Ameeei Helô,a entrevista ficou um sucesso e o melhor muito bem explicada! Agora não tem desculpa,todo mundo pode doar,basta querer! Obrigada pelo carinho e por ser meu incentivo nessa luta,te admiro demais! Um beijo!
Eliana
2 de novembro de 2013 @ 05:08
Helo, fomos há uns 3 anos num sábado fazer o cadastro para a doação e não era aberto aos sábados. Ficamos chateados. Como assim. Muitas pessoas só conseguem ir nos finais de semana. Ainda é assim que funciona. Seria interessante colocar o endereço. Bjs
Lauriéli
3 de novembro de 2013 @ 02:21
Olá Heloísa, incrível a história da Paty, também incentivo muito a doação de medula e de sangue, até por que esses anjos anônimos doadores de sangue salvaram minha vida muitas vezes. Fiz tratamento contra um linfoma desde maio desse ano, e como sou metida…rsrs, o meu é um dos mais raros, o mesmo do Gianecchini, LNH linfoblástico de células T, o tratamento é praticamente igual ao de LLA e terminei as quimios a duas semanas. Parabéns pelo seu blog, adooooro! Beijos, e vou compartilhar muito, logo aparecerá o doador da medula perfeita para a Paty! Fica com Deus.
luana carra
7 de novembro de 2013 @ 01:50
Linda, guerreira e uma fofa a Paty!!!!!Bjusssss
adriana Degawa
20 de janeiro de 2014 @ 16:12
Infelizmente a Patricia Faleceu Hoje 20/01/2014
Carine França
20 de janeiro de 2014 @ 19:44
Sentimos muito!!! Fomos doar com muita esperança dela encontrar a medula perfeita e também de poder ajudar outros que estão na mesma situação.
O céu ganhou uma nova ESTRELA!!!!